Em uma decisão relevante para o direito tributário e familiar (AREsp 2174427), a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) estabeleceu um marco importante ao decidir que a doação de bem de família para um filho não constitui fraude à execução fiscal.
Esta decisão representa um esclarecimento significativo nas práticas de transferência de patrimônio familiar em contextos fiscais.
Detalhes da Decisão da Primeira Turma do STJ
A questão surgiu após a Fazenda Nacional contestar uma decisão que favoreceu um devedor, alegando que a transferência de um imóvel para seu filho, após ser citado em uma execução fiscal, deveria ser considerada uma fraude.
No entanto, o STJ, através do relator ministro Gurgel de Faria, manteve a posição de que a impenhorabilidade do bem de família é preservada mesmo após a sua alienação.
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) havia reformado a decisão de primeiro grau, entendendo que a proteção da impenhorabilidade não se justificaria nesse caso, mas o STJ reverteu essa interpretação.
Implicações e Significado da Decisão
Esta decisão do STJ reforça a proteção ao bem de família, mesmo em situações de transferência de propriedade dentro da própria família após a citação em ações executivas fiscais.
O ministro Gurgel de Faria enfatizou que, conforme a orientação do STJ, a proteção ao bem de família deve ser mantida, pois o imóvel destinado à residência do devedor é imune aos efeitos da execução, independentemente da sua transferência.
Assim, o recurso foi provido para restabelecer a sentença inicial, garantindo a proteção do bem de família.
Conclusão
A decisão da Primeira Turma do STJ traz uma perspectiva importante sobre a impenhorabilidade do bem de família em contextos de execução fiscal, assegurando que a transferência de propriedade para um descendente não é automaticamente considerada uma fraude, reforçando a segurança jurídica nas relações familiares e fiscais.
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